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terça-feira, maio 25, 2021

A MORTE DESCE DO CÉU

Ouvi ontem uma entrevista, de uma jornalista estrangeira, a uma israelita e a um palestiniano (intercaladamente), a quem esta peleja entre os dois povos já feriu profundamente: ele com a perda de uma filha de dez anos, ela um filho, homem, com uma vida promissora.
Essa entrevista suscitou-me este poema:


A morte desce do céu.
Agarra os seres mais inocentes, mais desprovidos
transforma-lhes a carne e os abrigos
numa amálgama de escombros terra e sangue.
E assim seguiu e segue pelo tempo,
de surto em surto, de tempos a tempos,
neste feroz entendimento de sangue e fogo.

É tempo de por cobro neste flagelo.
Não importam as razões que cada um invoca.
O sofrimento, a dor, a destruição,
e o ódio, que estimula nas futuras gerações,
é o que importa.
É tempo das partes se sentarem à mesa das negociações.
Facilitarem a harmonia, entre os dois povos, sem condições.
Dois países, duas nações, com fronteiras a respeitar,
sem subordinados nem subordinadores.
Independentes. Livres.
Dois países duas nações, que mutuamente se respeitem.
Cada um, o seu caminho, livremente caminhar
com respeito pelos espaços inerentes ao vizinho.
Àquele que mais precisar, o outro estenda a mão
sem intenções reservadas. Apenas para o ajudar.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 25/05/2021

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