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quinta-feira, maio 13, 2021

ASSIM VAI A TERRA

A metralha risca o céu de lado para lado
o sangue dispersa-se na terra
de um e do outro lado
nessa contenda idosa e nunca sanada.
As armas, porém, são desequilibradas.
“O homem tenta segurar a mulher
A mulher tenta segurar o filho
Só as cabeças emergem das águas revoltas”
O medo e a fome os impelem à evasão
A esperança os conduz e lhe dá a coragem.
Buscam um lugar seguro para o filho crescer
livremente viver em paz e com pão
porém, tantas vezes, o mar se faz o seu caixão.
“Pelo mato seis dias só água bebemos.”
Fogem da fúria assassina de abutres
sôfregos de cobiça do que a terra esconde.
Deixam as casas, os bens, os ninhos de amor
e  a sua ninhada é dispersa destroçada 
levada por abutres traidores da terra amada.
Assim vai a Terra. 
Este planeta azul, que a todos abraça,
mas nem a todos abraça com igual verdade. 
De norte a sul, de este a oeste
a fome e a guerra, em tantos lugares é a realidade. 
A ganância se faz guerra, fome, dor, mortalha.
A crueldade, a tirania, o egoísmo
pisam com pé pesado e a direito
tudo e quem no seu caminho acontece.
E nem a pandemia 
difundindo mais pobreza, mais dor, mais mortalha
a lastrar por todo o lado,
põe cobro nesta avidez, 
neste despotismo predador.
Nem a pandemia esmorece o seu pendor
e os faz entender
que neste planeta tão belo, 
todos poderemos serenamente viver
se entre todos respeito houver 
equidade e AMOR. 

Jeracina Gonçalves
                   Barcelos/Portugal, 13/06/2021



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